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Mostrando postagens de agosto, 2017

A LENDA DO CABEÇA DE CUIA

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Apresentação O Cabeça de Cuia, assombração que habita sob os leitos dos rios Parnaíba e Poti, no Piauí, chamou, desde cedo, a atenção dos folcloristas, a começar pelo baiano Alfredo do Vale Cabral, que assim o descreve: “É alto, magro, de grande cabelo que lhe cai pela testa e quando nada o sacode, faz suas excursões na enchente do rio e poucas vezes durante a seca. Come de 7 em 7 anos uma moça chamada Maria; às vezes porém devora os meninos quando nadam no rio, e as mães proíbem que seus filhos aí se banhem”.  ( Achegas ao estudo do folclore brasileiro , 1884). A penitência, nascida de uma praga da mãe, duraria 49 anos. Luís da Câmara Cascudo, em Geografia dos mitos brasileiros (1948), atribui à lenda uma origem branca. O episódio da maldição materna aparece em lendas semelhantes, de visível cariz religioso, a exemplo do Corpo-seco, que assombra, sem descanso, o interior paulista. Às observações dos mestres do Folclore é preciso acrescentar, porém, uma hipótese. O formato de cu

A HISTÓRIA DO BOI ENCANTADO

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                                                     Apresentação                                                                                                                A HISTÓRIA DO BOI ENCANTADO, poema em cordel de autoria de Pedro Monteiro, inspirado na fábula africana O TAUMATURGO DAS PLANÍCIES [1] é mais uma iniciativa de resgate do patrimônio cultural africano a ser popularizado na linguagem do cordel.                  As recentes conquistas do movimento negro, incluindo suas demandas históricas na agenda das Políticas Públicas Brasileiras, resultaram na construção de um vasto marco legal que vai desde a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial às Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Etnorraciais. Com isso, rompe-se o etnocentrismo europeu que caracterizou nossa historiografia, silenciando a rica contribuição da história e cultura africana na formação social brasileira. O trabalho ora editado se inscreve, portanto, no fértil terreno