Era
mesmo um encanto de lugar; com uma incomparável comunhão de
belezas: aves; animais; flores e frutos silvestres transformavam
aquilo tudo num verdadeiro paraíso terrestre.
Após
saciar a sede que me castigava e comer saborosos frutos, deitei-me
sobre a folhagem para um breve descanso do corpo e da alma... Eis
que, subitamente, fui cercado e dominado por uma grande quantidade de
animais, aqueles antes inofensivos, agora me hostilizavam; senti-me
um verdadeiro réu! Fiquei horrorizado com o olhar cortante de uma
pequenina tartaruga. Meu amigo, de forma impiedosa fui, por eles,
arrastado para uma Corte de Justiça e, lá, o magistrado supremo me
olhou firme e sentenciou:
— Você
está enquadrado na lei da supremacia dos bichos, que diz no seu
Artigo 1º:
— É
dever de todo humano, preservar as florestas, a fauna e a flora,
vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam
os animais a crueldade.
I —
Cada humano responderá pelo lixo que gera e pela displicência em
sua destinação.
Il — A natureza devolverá, rigorosamente, toda agressão a ela praticada, tais como: devastação das florestas, poluição do ar, dos rios e do mar.
Parágrafo único — Pena capital para quem descumprir o determinado. — Bateu o martelo!
Neste
momento, fui acometido de um baita susto, um grande maracujá
caiu sobre meu peito e dei um grande salto… epa!
Na
minha rede não! Autor: PedrO MonteirO é poeta cordelista e contista Piauiense de Campo Maior.