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Mostrando postagens de maio, 2008

SONHOS NUMA MIRAGEM

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                                      Certa vez, motivado pela sustança de um farto almoço, me aconcheguei a uma confortável rede, fechei os olhos e viajei... E num passo de mágica, lá estava eu caminhando por uma mata, com paisagem de cor acinzentada, quese despida de folhas. O Sol queimava sem piedade e minha garganta doía de tanta sede. Buscando um lugar para me refrescar, segui por uma vereda coberta por folhas secas quando, repentinamente, avistei uma região com muito verde e rumei para lá. Chegando naquele lugar fiquei encantado com tudo que vi, pois, além do alegre cantar dos passarinhos; dos macaquinhos que faziam uma festa danada no alto dos arvoredos comendo e derrubando frutas no chão, estava eu, ali, frente a frente com uma belíssima nascente de água pura e cristalina. Aquela nascente formava um expressivo veio onde era possível avistar uma diversidade de pequenos peixes, tive mesmo uma forte sensação de ser o primeiro humano a pisar naquele lugar. Era mesmo

OS DIFERENTES IGUAIS!

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                        Certa vez, um rapaz rico e garboso, quando passeava num bosque, encontrou um porco-espinho, parou e observou a forma desengonçada do andar daquele bicho. E por julgá-lo um hostil e desafortunado ser, foi logo lhe interpelando: — Você assim tão espinhoso, como pode desse jeito abraçar alguém, afetuosamente, e ter paz? — O porco-espinho, serenamente, respondeu-lhe fazendo outra pergunta: — Por acaso, tu tens dificuldades para abraçar alguém da tua espécie? — O rapaz respondeu-lhe que não. Só então, disse-lhe o Porco-espinho: — A minha paz não depende só de minha atitude, mas, principalmente, da tua. — Como assim? — Indagou o rapaz, e o Porco-espinho, emendou-lhe: — Meus espinhos são minhas armas, minhas únicas armas, mas ouça bem, armas só de defesa. Autor: PedrO MonteirO Este Conto Fabuloso, apesar de sua singeleza, tem a intenção de contribuir para reflexões instigantes, visando caminhos para uma convivência h

O CORRETIVO

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Certa vez, nas minhas andanças mata adentro pelas bandas da floresta azul, nas cercanias do rio Jenipapo, município de Campo Maior, no estado do Piauí, eis que me deparei com uma intrigante cena. Veja você! Quando caminhava dentro de um igarapé que parecia há tempos não ver água, ouvi ruídos encima de um lajedo e olhando o que era, avistei uma grande macacada. Isso mesmo, era um grupo de uns vinte macacos, aproximadamente. Faziam uma algazarra danada e naquela folia toda, eles nem perceberam a minha presença. Fiquei ali olhando, avaliando e só então pude entender que se tratava de um trabalho coletivizado quebrando coquinhos. Tinha um que erguia uma pedra de mais ou menos dois quilos, sacudia sobre o coquinho e dava um pulo, enquanto os outros recolhiam os fragmentos dos bagos e faziam um montinho, supostamente, para posterior divisão. Só quando os assustei, dando alguns passos à frente, foi que fugiram em disparada, com exceção de um, o de rosto amuado que estava no alto de

PÁSSARO PEREGRINO

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A paixão é um pássaro peregrino voando com as asas da emoção, sentimento despido de razão em busca de encontrar o seu destino.                                           PedrO M.

PRENÚNCIO DAS CHUVAS

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Naquele esturricado sertão nordestino a situação era mesmo de muita tristeza. Já havia passado metade do que seria o período das águas, e nada de chuva! Plantar, naquelas condições, era só um desperdiçar de sementes. A fome se fazia presente vitimando, principalmente, os mais fracos e necessitados. O povo rezava e entoava cânticos rogando por reparação divina, pois acreditava tratar-se de um castigo dos Céus. Foi neste cenário que meu pai decidiu que íamos à Serra da Jurema, um lugar distante dali, mas um dos poucos na redondeza onde ainda era possível tirar mel de abelhas nativas. Saímos de casa cedo, ainda no turvo da madrugada, andando a pé por dentro da mata e quando já era meio dia, o velho parou e ficou observando aquele Céu azul, sem uma nuvem sequer! Eu também parei e olhei, procurando o que tanto lhe prendia a atenção. Então, percebi que se tratava de um redemoinho de urubus plainando nas correntes de ar. Ele, olhou, olhou... e ficou por um bom tempo calado. De repente

O LOBISOMEM E AS MAZELAS HUMANAS!

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Naquele lugarejo simples, com uma única rua e mais ou menos trinta casas, o assunto era um só, a maldição. Era um período de forte estiagem, com isso, o povo se ajuntava e não falava de outra coisa a não ser do lobisomem. Uma unanimidade! Aquela cachorrada que passava latindo quase todas as noites, era mesmo denunciando a presença do bicho. Quando caía a tarde, era grande a preocupação. Muitos marcavam cruzes ou estrelas de seis pontas nas portas, colocavam agulhas virgens nos bolsos, entre outros amuletos, para espantar aquela maldição. O medo era manifesto. Alguns falavam baixinho, como se ele estivesse ouvindo. Mas tinha os que diziam temer só pelas crianças que ainda não haviam recebido o batismo, e ali eram, pelo menos, seis. Era lobisomem e ponto! Especulações, só quanto à origem do bicho. O dono da venda disse já tê-lo visto descendo a serra e que por certo não era dali. Um freguês comentou — Só pode ser coisa daquele casal lá do pé da serra