quinta-feira, 30 de outubro de 2025

DIA NACIONAL DO LIVRO



O livro é farol aceso

Nos campos do pensamento,

Semeia luz na jornada,

Põe a vida em movimento;

Além de abrir horizontes,

É do saber alimento.


No livro mora a lição 

Que a leitura nos ensina:

Construir com sapiência

Uma mente cristalina,

Arar, plantar e colher

Fruto que nunca termina.


Livro na mão é memória,

Um bem que o tempo não leva;

Segue adensando o caminho

Do saber que nos eleva

Ao mundo da sapiência —

É luz no meio da treva.


Do campo à sala de aula,

Do matuto até o doutor,

Todo leitor que se entrega

Descobre um novo sabor:

Ler é beber na nascente

Da fonte de um escritor.


O livro abre mil portas,

Ensina, consola e guia;

Em cada verso revela 

Um acorde em poesia.

Celebrar o livro é gesto

De amor e sabedoria.


O vinte e nove de outubro

É dia da afirmação:

O livro é chama que arde

No peito da educação,

Pois faz da palavra acesa

A luz da transformação.


Que o livro siga brilhando

Nos mais diversos setores,

Como ponte criativa

Aos autores e leitores,

E assim plantar liberdade

Entre outros tantos valores.


🔑29 de outubro — Dia Nacional do Livro🔓


O livro é a chave que abre portas para mundos invisíveis.

Em cada página, uma viagem, um encontro, um despertar.

Ler é viver mil vidas num só coração.


— PedrO M.


Editora Ciranda Cultural 

Editora Nova Alexandria

Editora Edicon

sábado, 18 de outubro de 2025

A LENDA DO CURUPIRA




A LENDA DO CURUPIRA


Entre as raízes do imaginário brasileiro, o Curupira surge como uma das figuras mais antigas e emblemáticas do nosso folclore. Guardião das florestas, de pés virados e espírito indomável, ele representa a força da natureza diante da ambição humana.

Neste cordel, trago à cena esse ser lendário que, com astúcia e coragem, protege a mata dos que nela entram sem respeito. Sua presença nos recorda que toda vida tem valor e que a terra, mãe generosa, é um bem sagrado.

Neste ano, o Curupira ganha destaque especial: foi escolhido como mascote oficial da COP 30, a Conferência Mundial sobre o Clima, que acontecerá em novembro, na cidade de Belém do Pará — coração pulsante da Amazônia.

A escolha não poderia ser mais simbólica. O Curupira, defensor das árvores e dos rios, é a voz ancestral que clama por reverência à natureza e por um futuro sustentável. Que sua imagem inspire consciência, união e ação em defesa do planeta, pois a floresta, viva, densa e misteriosa, continua a ecoar seu assobio de alerta.

Seguem alguns versos iniciais:

Nas brenhas da mata densa
Onde a sombra faz morada
Habita um ser mandingueiro
De astúcia comprovada,
Que, ao visitante intruso,
Impõe medo como espada.

O seu nome é Curupira,
Da floresta, o guardião,
Defende com maestria
A sua preservação.
Contra agressão ele aplica
O peso da punição.

...(.).

Há quem jure tê-lo visto
Refletido numa fonte,
Outros dizem que ele mora
No cume de um grande monte,
De onde assobia aos pássaros
Que dançam no horizonte.

Seu assobio é segredo
Para sábio decifrar:
Um alerta à alma boa
E jeito de censurar,
Ou, quem sabe, impor respeito
Àquele santo lugar.

O certo é que ele castiga
Quem maltrata passarinho,
Pisoteia a flor-do-campo
Na trilha do mau caminho,
Mas quem ama a natureza
Tem seu respeito e carinho.

É bastante generoso
Para quem faz boa ação,
Respeitando fauna e flora
Na sua preservação,
Ou se lhe deixa um agrado
Em rogo, ou por gratidão.

Muitos deixam nas veredas
Cachaça, naco de fumo,
Flechas e penas de aves
Por agrado e, em resumo,
Para manter os sentidos
E, assim, não perder o rumo.

Pois ele altera cenário,
Desfaz pontes de madeira,
Faz sabotagem na bússola,
Muda o rumo da porteira.
Quem vai lá sem permissão
Se atordoa a vida inteira.

Certa vez, um engenheiro
Ao fazer desmatamento,
Para erguer com ferro e pedra
Mais um grande adensamento,
Viu seu projeto cessar
Sem cumprir o seu intento.

Já um audaz garimpeiro,
Com instinto extrativista,
Atacou rio e floresta,
Mas entrou na sua lista —
Desapareceu na mata
Sem deixar nenhuma pista.

Depois, foi visto vagando
Sem saber aonde ia,
Com o olhar meio perdido
E de memória vazia.
Só lembrou de um assobio —
Mas do resto não sabia.

Quem for adentrar a mata
Deve ter no coração,
Além de respeito e luz,
Infinita gratidão,
Se for movido à ganância
Sofrerá decepção.

Curupira não é bruxo,
Mas conhece encantamento.
Seu saber vem da floresta
E do sagrado elemento,
Só basta um sopro e ele faz
Sossego virar tormento.

Não se rende à vilania
E nem se dobra ao dinheiro,
Diante dos agrotóxicos
Se transforma em embusteiro,
Faz surgir mil armadilhas,
Afugenta o forasteiro.

…(.).

Segue…

Contato com o autor
WhatsApp: 11 99135-1919
Instagram: @poetapedromonteiro
Blogue: pedromonteirocordel.com
Email: pedromonteirocordel@gmail.com

sábado, 26 de abril de 2025

FLOR AMARELA










Brilho da flor amarela,
num cenário multicor,
a paisagem na janela
sugere versos de amor.

                         PedrO M.

FLOR BRANCA










Aprazível boniteza
em resiliência franca,
infinda delicadeza
contida numa flor branca.

                             PedrO M.


FLORES NA JANELA












Na beleza sem parelha
de uma flor sob a janela,
no rubro da cor vermelha
meu coração se revela.

                            PedrO M.

domingo, 20 de abril de 2025

PÁSCOA RENOVADORA

  

Jesus venceu a morte no madeiro, 

Mesmo calado o sofrer não foi em vão; 

Ressurgiu como o sol na imensidão,
A brilhar sobre o mundo por inteiro.


Com Ele, a dor é leve travesseiro,
E a cruz, caminho firme de perdão.
É vida que se faz em comunhão, 

Pão vivo, milagre caminheiro.


Com a Páscoa, a luzir nossa jornada,
A fé se acende, plena e renovada, 

No olhar dos que creem no santo altar.


Por isso, abrace a vida com ternura,
Em Jesus a nutrir fiel postura
De que a vida há de vencer, sem recuar!


                                            Pedro Monteiro


quinta-feira, 17 de abril de 2025

JOÃO GRILO, UM PRESEPEIRO NO PALÁCIO


João Grilo, um Presepeiro no Palácio, publicado em 2010 pela editora Tupynanquim, com ilustrações do mestre Klévisson Viana, foi o meu segundo cordel. Uma história irreverente e bem-humorada, que agora tenho a alegria de anunciar sua nova publicação, pela Rouxinol do Rinaré Edições, mantendo a capa original.


A seguir, compartilho algumas estrofes do texto:

Quero aqui contar em versos
Uma aventura engraçada,
Sobre um bom adivinhão
De astúcia comprovada,
Fazendo revelação
Com uma ave encantada.

Mestre Câmara Cascudo
Fez a catalogação
Desta pérola colhida
Na fonte da tradição,
Fincada lá nos guardados
Da nossa imaginação.

Vem da tradição oral,
Presente em forma de conto,
Atravessando fronteiras —
Pois quem conta aumenta um ponto!
Pessoa de toda idade
Aplaude e pede reconto.

(.)...
Certa vez, um amarelo
Que não tinha eira nem beira,
Enfrentando crise braba
Naquela terra roceira,
Fugiu da seca medonha,
Saindo pela porteira.

Morava com sua mãe,
De nome dona Maria,
Levando vida pacata
Numa pobre confraria,
Porém, aquilo não era
A vida que ele queria.

E, por ser muito franzino,
Com seu esquisito estilo,
Rebento de sete meses,
Nascido com meio quilo,
De serelepe que era,
Foi chamado de João Grilo.

(.)...
Chegando o segundo dia
E logo ao amanhecer,
Outro criado trazia,
Para não desmerecer,
Mais uma farta bandeja
Querendo lhe oferecer.

Quando João Grilo lhe disse:
— O segundo já está visto!
Acometido de susto,
Pois se julgava benquisto,
O criado quase rende
Sua alma a Jesus Cristo.

E gritou: — Sou o ladrão,
Que merece ser punido!
Fui pego pela mandinga
Desse amarelo enxerido.
E apontou o seu comparsa,
Que com ele foi detido.

João ficou muito assustado
Com a repentina sorte,
Por seu motivo de crença,
Recorreu à reza forte,
Dizendo: — Eu hoje escapei
De ver a cara da morte.

O rei ficou satisfeito
Com a sua habilidade,
E pediu que ele ficasse,
Pois tinha necessidade
De ter um adivinhão
Com sua capacidade.

E depois de sete meses
Desfrutando vida boa,
No conforto do palácio,
Não sendo mais um à toa,
Houve a maior confusão
Com o roubo da coroa.

Continua… 

ARTE E CULTURA

DIA NACIONAL DO LIVRO

O livro é farol aceso Nos campos do pensamento, Semeia luz na jornada, Põe a vida em movimento; Além de abrir horizontes, É do saber aliment...