quarta-feira, 2 de junho de 2021

LENDA DO PEIXE DOURADO



Primeiras estrofes:

Se avareza é um pecado,

Ganância é muito pior.

Sorte de quem nunca esquece

De olhar ao seu redor,

Apreciando a beleza,

Que nutre a delicadeza

E faz um mundo melhor!


Tem gente que na pobreza

Até lhe estende a mão,

Mas se lhes derem poderes

Endurece o coração,

Cobiçando o impossível,

De jeito irreconhecível

Na pratica da opressão.


A narrativa que segue

Faz um ligeiro recorte,

De quem, com muita arrogância, 

Dedo em riste e braço forte,

Viu seu império ruir

E em águas fundas sumir

Sua reserva de sorte.  


Um pobre casal de idosos

Que habitava uma ilha,

Dividia uma cabana

Num exemplo de partilha;

Até surgir alvoroço,

De a mulher pôr o pescoço

Na sua própria armadilha.


(...).


POSFÁCIO

 

A história do Peixe de Ouro, fazedor de milagres, é mais  abrangente do que se pensa, e integra muitas coletâneas de  contos tradicionais, incluindo os Marchen dos Irmãos Grimm.  No catálogo internacional do conto popular, é classificado  como ATU 555 The Fisher and his Wife (O pescador e sua  mulher), com variantes e versões em inúmeros países. Adverte  para 

os riscos e consequências da ambição desmedida, sendo,  ao mesmo tempo, um conto maravilhoso e uma história  exemplar. O peixe aparentemente indefeso do início da história  mostra-se um auxiliar mágico poderoso, mal disfarçando o  exercício de um poder de deidade, recompensando e punindo  quando a ganância torna-se sacrilégio. Impossível não recordar  o peixe divinizado de várias culturas e épocas (elamita,  bramânica, budista, babilônica) e que, por fim, tornou-se  símbolo e emblema do cristianismo.  

Talvez seja um resquício do culto do deus sumério  Oannes, corpo de peixe e cabeça e pés humanos, divindade  civilizadora. Adorado em muitas cidades, sua iconografia  pode ter inspirado o pitoresco conto bíblico do profeta Jonas  engolido e depois regurgitado por um grande “peixe”. Em  Nínive, cidade assíria para onde Jonas teria sido enviado por  Deus, o deus Dagon pontificava. Dag, em hebraico, é peixe. E  Jonas (Yonah em hebraico, Joannes em grego) parece ser uma  versão tardia do mito civilizador de Oannes reaproveitado em  uma história exemplar. Um arquétipo tão poderoso quanto  o do peixe mágico, em mais uma história de recompensa e  punição, fatalmente seria levado ao prelo por um autor de  cordel. E a tarefa coube a um poeta que tem nome de pescador,  Pedro, e sobrenome de caçador, Monteiro, que foi buscar o  enredo na versão coligida por Nair Lacerda, no livro Maravilhas  do conto popular.  

Marco Haurélio 




Xilo: João Gomes de Sá


 

domingo, 30 de maio de 2021

SOU PEDRO MONTEIRO NATURAL DO PIAUÍ







Me chamo Pedro Monteiro,
natural do Piauí,
aprecio cajuína,
refresco de buriti,
carne de sol com paçoca,
um beiju de tapioca,
baião de dois e pequi.


PedrO M.


sábado, 22 de maio de 2021

O PATO










Meus senhores e senhoras,

Quem está pagando o pato?

O silêncio das panelas

sugere um certo recato...

Num governo de patrão,

o preço da servidão

tem forte cheiro de rato!


                        PedrO M.

quarta-feira, 19 de maio de 2021

DIA DO ESTUDANTE DE DIREITO
















Em 19 de maio, 

num sentimento do peito, 

nos versos da poesia

pautada pelo respeito,  

abraço todas e todos 

estudantes de direito. 


             PedrO M.

domingo, 9 de maio de 2021

POEMA MÃE

 












✍
Nossa vida é um poema composto por muitas palavras, além de pontos, vírgulas, reticências e outros sinais que dão sentido ao ritmo dos versos...
Contudo, só a essência do sublime amor é capaz de descrever o singular conteúdo e sentido da palavra mãe.
♡♡Feliz dia das Mães!♡♡

ARTE E CULTURA

FLOR AMARELA

Brilho da flor amarela, num cenário multicor, a paisagem na janela sugere versos de amor.                          PedrO M.