💫
Viajei os sete mares
escanchado num cometa,
qual giro de carrapeta
sibilando pelos ares.
Vi primorosos lugares,
dignos de apreciação.
Também uma multidão
num consenso de manada,
ribaçã em revoada
pra gaiola da prisão.
✍ PedrO M.
💫
Viajei os sete mares
escanchado num cometa,
qual giro de carrapeta
sibilando pelos ares.
Vi primorosos lugares,
dignos de apreciação.
Também uma multidão
num consenso de manada,
ribaçã em revoada
pra gaiola da prisão.
✍ PedrO M.
✍
Queriam ela do lar,
mas ela era do ler.
Pela leitura do mundo,
na vitrine do saber,
vestiu-se de rebeldia
e decidiu que seria
de onde quisesse ser!
PedrO M.
Quem encara a caminhada
Como um aprendiz perfeito,
Das boas coisas da vida
Por certo terá direito
De escolher o melhor
E tirar grande proveito.
As boas informações
Teses multicoloridas,
Transformam caminhos turvos
Em passarelas floridas,
Como a bela primavera
Que perfuma nossas vidas.
No incentivo a leitura
Como fonte de prazer,
É preciso ressaltar
O nosso eterno aprender:
Quem acha que sabe tudo
Não passa de um cabeçudo;
Precisa se refazer.
PedrO M.
♡
✍
Quem vive pagando mico
se achando cheio do cobre,
posa de alegre burrico
negando uma causa nobre,
onde o lucro do mais rico
tem o suor do mais pobre!
PedrO M.
Denunciar, prevenir
e não deixar desandar,
más fortemente abraçar
ações de um novo porvir.
Para a justiça punir
qualquer tipo de agressão,
sem engodo ou restrição,
porque quem ama não mata,
nem tolera quem maltrata —
Opressor é na prisão!
PedrO M.
É prudente observar
um rosto falso e matreiro
com interesse velado
posando de companheiro.
Expõe sua iniquidade
falando de divindade,
mas seu Deus é o dinheiro.
PedrO M.
✍
A imagem do Brasil
até já virou chacota,
de tanta gente imbecil
que tem surfado na frota
boicotando vacina,
defendendo cloroquina
posando de patriota.
PedrO M.
✍
Pelas estradas da vida
com a lamparina acesa
vejo as curvas da surpresa
na ordem estabelecida;
a sentença proferida
no altímetro da razão
conclui que na direção
da tessitura da teia,
amor é sangue na veia
que alimenta o coração!
PedrO M.
Gostoso mesmo é voar
nas asas da poesia
no desejo de alcançar
a mais sublime energia,
bonança e futuro certo,
no rosto, sorriso aberto
no raiar de um novo dia!
PedrO M.
Um brinde com o néctar da doçura
Ao intrépido gozo do momento,
Só assim quebro a taça da amargura
Ateando os seus pedaços ao vento!
PedrO M.
👀
A luta por voto impresso
chamou-me muito atenção.
Com isso pensei também
numa reivindicação:
Quero incluir nessa lista
o rádio telegrafista
e telefone orelhão.
PedrO M.
♡
Um abraço a Jorge Mello, do querido Piauí. A João Cláudio Moreno abraçarei por aqui, deste torrão, meu orgulho, por mais um 4 de julho parabéns Piripiri!
♡
Andar sem pôr sua máscara,
diante da pandemia,
demonstra no gesto tosco
uma falta de empatia,
pondo em risco outras pessoas
na messe do dia a dia!
PedrO M.
Ser liso como quiabo,
sem empatia aparente,
ter um sorriso demente
na proteção do seu rabo,
forte afeição do diabo
nos lauréis do presidente.
PedrO M.
PedrO M.
Se avareza é um pecado,
Ganância é muito pior.
Sorte de quem nunca esquece
De olhar ao seu redor,
Apreciando a beleza,
Que nutre a delicadeza
E faz um mundo melhor!
Tem gente que na pobreza
Até lhe estende a mão,
Mas se lhes derem poderes
Endurece o coração,
Cobiçando o impossível,
De jeito irreconhecível
Na pratica da opressão.
A narrativa que segue
Faz um ligeiro recorte,
De quem, com muita arrogância,
Dedo em riste e braço forte,
Viu seu império ruir
E em águas fundas sumir
Sua reserva de sorte.
Um pobre casal de idosos
Que habitava uma ilha,
Dividia uma cabana
Num exemplo de partilha;
Até surgir alvoroço,
De a mulher pôr o pescoço
Na sua própria armadilha.
(...).
POSFÁCIO
A história do Peixe de Ouro, fazedor de milagres, é mais abrangente do que se pensa, e integra muitas coletâneas de contos tradicionais, incluindo os Marchen dos Irmãos Grimm. No catálogo internacional do conto popular, é classificado como ATU 555 – The Fisher and his Wife (O pescador e sua mulher), com variantes e versões em inúmeros países. Adverte para
os riscos e consequências da ambição desmedida, sendo, ao mesmo tempo, um conto maravilhoso e uma história exemplar. O peixe aparentemente indefeso do início da história mostra-se um auxiliar mágico poderoso, mal disfarçando o exercício de um poder de deidade, recompensando e punindo quando a ganância torna-se sacrilégio. Impossível não recordar o peixe divinizado de várias culturas e épocas (elamita, bramânica, budista, babilônica) e que, por fim, tornou-se símbolo e emblema do cristianismo.
Talvez seja um resquício do culto do deus sumério Oannes, corpo de peixe e cabeça e pés humanos, divindade civilizadora. Adorado em muitas cidades, sua iconografia pode ter inspirado o pitoresco conto bíblico do profeta Jonas engolido e depois regurgitado por um grande “peixe”. Em Nínive, cidade assíria para onde Jonas teria sido enviado por Deus, o deus Dagon pontificava. Dag, em hebraico, é peixe. E Jonas (Yonah em hebraico, Joannes em grego) parece ser uma versão tardia do mito civilizador de Oannes reaproveitado em uma história exemplar. Um arquétipo tão poderoso quanto o do peixe mágico, em mais uma história de recompensa e punição, fatalmente seria levado ao prelo por um autor de cordel. E a tarefa coube a um poeta que tem nome de pescador, Pedro, e sobrenome de caçador, Monteiro, que foi buscar o enredo na versão coligida por Nair Lacerda, no livro Maravilhas do conto popular.
Marco Haurélio
Brilho da flor amarela, num cenário multicor, a paisagem na janela sugere versos de amor. PedrO M.