UM SONHO RETORCIDO





Sonhar é dom de poeta

Por um mundo horizontal,

Tirando do travesseiro

Num rito memorial,

As ações libertadoras 

Em práticas promotoras 

De justiça social.


O sonho por vezes vem

Em forma de pesadelo,

Nos reviramos na cama

Apoiando o cotovelo,

Neste grande rapapé,

Arrepiamos até

Fios do nosso cabelo.


Sonhei que passando em frente

Ao Congresso Nacional

Ouvia forte balbúrdia

De baixaria infernal.

Um fato só comparado

Com alguém estimulado

Para um confronto letal.


Ante aquela gritaria

Repleta de palavrão:

“Magano, filho da dita,

Vigarista, canastrão,

Assassino, terrorista,

Miliciano, golpista,

Corrupto, falso e ladrão…”


Fiquei muito apreensivo

Com a zorra inesperada,

Talvez porque a minha mente

Não tivesse preparada

Para tal exaltação,

Num início de sessão,

Quando era feita a chamada.


                             


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