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PRENÚNCIO DAS CHUVAS

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Naquele esturricado sertão nordestino a situação era mesmo de muita tristeza. Já havia passado metade do que seria o período das águas, e nada de chuva! Plantar, naquelas condições, era só um desperdiçar de sementes. A fome se fazia presente vitimando, principalmente, os mais fracos e necessitados. O povo rezava e entoava cânticos rogando por reparação divina, pois acreditava tratar-se de um castigo dos Céus. Foi neste cenário que meu pai decidiu que íamos à Serra da Jurema, um lugar distante dali, mas um dos poucos na redondeza onde ainda era possível tirar mel de abelhas nativas. Saímos de casa cedo, ainda no turvo da madrugada, andando a pé por dentro da mata e quando já era meio dia, o velho parou e ficou observando aquele Céu azul, sem uma nuvem sequer! Eu também parei e olhei, procurando o que tanto lhe prendia a atenção. Então, percebi que se tratava de um redemoinho de urubus plainando nas correntes de ar. Ele, olhou, olhou... e ficou por um bom tempo calado. De repente

O LOBISOMEM E AS MAZELAS HUMANAS!

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Naquele lugarejo simples, com uma única rua e mais ou menos trinta casas, o assunto era um só, a maldição. Era um período de forte estiagem, com isso, o povo se ajuntava e não falava de outra coisa a não ser do lobisomem. Uma unanimidade! Aquela cachorrada que passava latindo quase todas as noites, era mesmo denunciando a presença do bicho. Quando caía a tarde, era grande a preocupação. Muitos marcavam cruzes ou estrelas de seis pontas nas portas, colocavam agulhas virgens nos bolsos, entre outros amuletos, para espantar aquela maldição. O medo era manifesto. Alguns falavam baixinho, como se ele estivesse ouvindo. Mas tinha os que diziam temer só pelas crianças que ainda não haviam recebido o batismo, e ali eram, pelo menos, seis. Era lobisomem e ponto! Especulações, só quanto à origem do bicho. O dono da venda disse já tê-lo visto descendo a serra e que por certo não era dali. Um freguês comentou — Só pode ser coisa daquele casal lá do pé da serra